O arquitecto Paulo Henrique Paranhos (antigo colaborador de Lelé) teve a amabilidade ler e comentar um artigo que escrevi um pouco antes do falecimento de Oscar Niemeyer. Lendo o texto dele percebi como há obras criadas cuja genialidade dos seus autores é comprovada ao longo do tempo através da constância das emoções que essas mesmas obras provocam a gerações distintas. Aqui fica o texto:
Parabéns Hugo.
Ainda recém formado, ao sair da estação do metro, senti uma emoção inesquecível. A arte, a música, a mulher, eu encontrava sim uma brasileira em Paris, uma charmosa e elegante brasileira em Paris.
Nem mais bonita, nem mais feia que uma parisiense, mas com toda presença e elegância das curvas de nossa paisagem e da mulher brasileira. Das bonitas paisagens tão evidentes na cidade maravilhosa.
Do outro lado da rua, como um destemido estudante emocionado perguntei a cinco transeuntes sobre aquela obra e todos responderam: é Oscar Niemeyer.
Sem nenhum exagero, as cinco pessoas de sexo, idade, profissão e condição social diversas responderam em unanimidade: é Oscar Niemeyer.
O último, um senhor barbudo que vestia um macacão de operário, disse sorrindo: É Oscar Niemeyer, eu trabalho aí.
Atravessou a rua com um semblante de orgulho e se dirigiu à Sede do PC.
Sucesso, Paulo Henrique Paranhos